A URI Santiago, através do seu Laboratório de Geotecnologias está monitorando a expansão das áreas cultivadas no município. Que apresenta uma paisagem característica do Pampa Gaúcho, com o predomínio do relevo levemente ondulado e da vegetação rasteira, o campo nativo. Essa paisagem, tradicionalmente ocupada pela pecuária de corte vem sofrendo algumas alterações nos últimos anos, com a inserção de pastagens cultivadas e de lavouras voltadas para a produção de grãos.
Em 2016, foi divulgada a composição do uso e da ocupação do solo para a safra 2015/2016 e nessa semana, ocorre a primeira divulgação do resultado do monitoramento espaço-temporal do município. Para isso, foram utilizadas duas imagens capturadas por satélites imageadores Landsat (Land Remote Sensing Satellite), a fim de representar as safras 2006/2007 e 2017/2018. O processamento das imagens foi realizado em computadores de alta performance, utilizando ferramentas de análise espacial do software ArcGIS Esri®, as categorias de uso e ocupação do solo geradas no mapa temático pós-classificação foram as seguintes: campo nativo, cultivo agrícola, espelho d’água, floresta e solo desnudo.
Resultados
A categoria que ocupou maior área nas duas safras foi a de campo nativo, apresentando ocupação de mais de 57% da área total do município. Quanto a categoria cultivo agrícola, na safra 2006/2007 ocupou apenas 7,8% da área do município, porém, na safra 2017/2018 houve um acréscimo de 105,9%, representando 16,2% do total do uso e ocupação do solo no município. As áreas ocupadas por cultivos agrícolas expandiram-se em 11 anos de monitoramento. Mesmo que essas não pertençam a categoria que apresentou maior área ocupada, em relação à área total do município, pode-se afirmar que o município de Santiago, RS, caracteriza-se como uma nova fronteira agrícola, com a ocupação de 20.050,12 ha, destinados a outros usos, correspondendo a um incremento de 105,9%.
Esses resultados parciais foram produzidos durante o trabalho de graduação do acadêmico de Agronomia Rodrigo da Silva Severo, com o suporte da equipe de geotecnologias da URI, composta pelos egressos de Agronomia Higor Machado de Freitas e Pedro Maurício dos Santos, sob orientação do Prof. Dr. Júlio Cesar Wincher Soares.
Conforme o professor Júlio, a descrição da dinâmica de ocupação das terras do município era uma demanda de organizações ligadas ao agronegócio e a conservação da natureza (públicas e privadas), para o planejamento econômico, social e ambiental. Hoje, constantemente trabalhamos com essas rotinas de monitoramento espaço-temporal em nosso laboratório, o qual dispõe das mais recentes e robustas geotecnologias.