No mês de maio, acadêmicos e egressos do curso de Agronomia da URI Santiago aprovaram o artigo ‘Variação espacial e temporal da acidez potencial dos solos, com preparo convencional’, na revista Energia na Agricultura da Universidade Estadual Paulista (UNESP), o qual sintetiza dois anos de monitoramento pedométrico, com a conversão do campo para a agricultura, tendo como autores: Lucas Nascimento Brum, Júlio Cesar Wincher Soares, Daniel Nunes Krum, Higor Machado de Freitas, Claiton Ruviaro, Thaynan Hentz de Lima,t Otávio Ladislau Garcia Medeiros e Matheus Ribeiro Gorski. O professor Júlio Wincher, explica que esse monitoramento seria o acompanhamento no espaço e no tempo das propriedades dos solos, neste caso, ligadas à acidez. “Pedologia é o estudo qualitativo dos solos, já a pedometria seria um estudo quantitativo das propriedades do (s) solo (s)”.
Conforme o estudante Lucas Nascimento Brum, na URI Santiago são cursadas disciplinas que despertam o interesse sobre inúmeros temas. Para o aluno, as disciplinas de solos e de geotecnologias foram marcantes, com acesso a laboratórios funcionais e de última geração. “Também, nos últimos anos participei do programa de estágio da universidade e sob orientação do professor Júlio, trabalhei com situações adversas do cotidiano nos laboratórios, onde apliquei o conhecimento construído nas disciplinas, além de agregar conhecimentos práticos de forma colaborativa e interdisciplinar, que serão fundamentais para o meu desenvolvimento profissional. No segundo semestre de 2019, interrompi o estágio no Campus para realizar um estágio no Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde vivenciei análises físicas e químicas de solos das diferentes paisagens brasileiras”, contou o estudante.
Para a publicação do artigo as pesquisas foram apoiadas pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PIIC – URI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ) e Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.
SAIBA MAIS: Segundo o professor Júlio, boa parte do sucesso nas plantações brasileiras não seria possível, devido ao predomínio de solos ácidos nas diferentes paisagens do país. O desenvolvimento de solos ácidos está associado ao clima tropical e subtropical, com chuvas generosas, o que contribui para a perda de nutrientes nos perfis, conhecida agronomicamente como lixiviação. Desta maneira, os solos apresentam reatividade associada ao hidrogênio e ao alumínio, principalmente. Com o pH baixo, a disponibilidade de nutrientes para as plantas fica comprometida, em contraponto, ocorre a disponibilidade de elementos tóxicos. No Vale do Jaguari e na Fronteira Oeste a realidade não é diferente, especialmente, em áreas recém abertas para a agricultura. Para corrigir a acidez é preciso o estudo do solo com uma boa amostragem, seguida de recomendação e aplicação de calcário. O calcário tem como função principal a correção da acidez, além do fornecimento de dois importantes nutrientes, o cálcio e o magnésio.
Para ilustrar a matéria, algumas fotos enviadas pelo grupo.